Como o frevo consegue sobreviver o resto do ano?
"Geralmente o frevo é apenas apreciado no Carnaval, e o resto do ano onde ele está? Permanece esta pergunta. É uma injustiça apenas exibi-lo no contexto carnavalesco por ser maior manifestação Cultural de Pernambuco" diz Luís Santos, professor de História Social da Cultura Regional de Pernambuco da UFRPE.
O historiador Luís Santos explica que há uma necessidade de que o frevo tocasse mais nas rádios durante o ano inteiro, principalmente que houvesse uma maior divulgação dos músicos. "Nós vivemos hoje no período difícil de divulgação da cultura popular e das culturas tradicionais. E o frevo sempre teve um histórico de ampla difusão, de ampla aceitação como expressão cultural. Ainda temos uma problemática na divulgação, precisamos dar uma maior visibilidade ao frevo para que ele possa ser vivenciado, apreciado e sentido em qualquer época do ano”.
Fabiana Josefa, não gosta muito de brincar Carnaval, mas admira a dança do frevo e considerar como representação cultural do estado de Pernambuco para o mundo. Ela diz que "o frevo não pode ser temporário, têm que ser fixo, durante o ano todo independente de ser época de Carnaval ou não. Já comprei roupa de passista para minha filha Maria Clara, que tem apenas nove anos e já sabe os passinhos de frevo. A dançar do frevo traz uma alegria contagiante, no colorido da roupa que representa as cores do Estado de Pernambuco, a sombrinha que é um dos elementos que dá um brilho à coreografia. A dança do frevo parece fazer o corpo ferver é uma magia”.
O coordenador da rádio Web do Paço do Frevo André Freitas, explicar que "como responsável pela difusão áudio visual, da música do frevo, eu busco fazer um resgate ao frevo, valorizando os músicos fazendo o povo voltar ao passado. A rádio Web toca músicas consagradas mais antigas pelos compositores como Mestre Capiba e Nelson Ferreira, as criações mais recentes". André também ressalta que “Assim queremos sensibilizar a todas as emissoras de rádio do Recife, para que elas também toquem músicas de frevo todos os dias. Porque todo dia é dia do frevo!".
O Ministério Público de Pernambuco institui que ao menos duas músicas de frevo sejam entoadas por dia durante o ano todo na programação das rádios pernambucanas, ficando de fora desse contexto apenas as rádios evangélicas e a rádio CBN. Mais infelizmente não é isso que vemos.
Como surgiu o Frevo?
Foram das ruas da cidade de Recife que o frevo nasceu e cresceu, refletindo a beleza e alegria de seus cidadãos. O frevo é um ritmo pernambucano que surgiu da interação entre músicas e danças folclóricas, no final do século XIX, em Recife durante a comemoração do Carnaval. Todos os elementos culturais contribuíram para o surgimento da construção desde da banda de capoeira, a orquestra de música, das agremiações dessa forma que se tornou ritmo de difusão cultural.
O nome frevo veio bem depois do ritmo já consolidado. Muito depressa esse ritmo começou a se desenvolver conquistando todo Brasil. Em 9 de março de 2007 foi celebrado pelo seu centenário, em 2012 reconhecido como Patrimônio Imaterial da Humanidade. Hoje o Frevo é apreciado pela sua dança artística e sua música de referência cultural que simbolizar para povo recifense o cartão postal da nossa capital pernambucana, assim ser exibido para o mundo. O berço do frevo é o Estado de Pernambuco, onde é mais tocado e dançado do que em outra qualquer parte. Frevo possuem dança contagiante, quando executada atrai os que passam e empolgados tomam parte nos folguedos. E é por isso mesmo por ser uma dança de multidão, onde se confundem todas as classes sociais em promiscuidade democrática.
Tipos de Frevo: frevo de rua, frevo de bloco e o frevo canção
Segundo a professor de frevo Otavio Bastos, a dança do frevo é geralmente caracterizada pela sua individualidade na exibição dos passos. Os movimentos nasceram da capoeira. Existir atualmente um número incontável de passos e evoluções com suas respectivas variantes. Os mais conhecidos são: dobradiça, tesoura, vai que vai mais não vai, ferrolho, parafuso, pontilhado, ponta de pé e calcanhar, saci-pererê, abanando, caindo-nas-molas e pernada. As músicas que são mais conhecidas que o simbolizam é Vassourinha e Madeira Rosarinho. Existem três tipos de frevo que são: o frevo de rua, o frevo de bloco e frevo canção. O frevo de rua é aquela instrumental com orquestras de metais, o frevo de bloco é aquele que é cantado com instrumentos de pau e corda que normalmente um grupo de senhoras saem cantando, com grave-lo no meio da rua e o frevo canção é aquele que tem uma pessoa a frente de uma orquestra como Alceu Valença.
Professor Bastos diz que “a procura de pessoas querendo praticar aulas de frevo aumentou com demandas distintas, as pessoas vêm por que estão querendo emagrecer, outras porque não gostam de correr ou andar de bicicletas, substituindo por alguma atividade física. Mas também a um público que vem se utilizar do frevo de forma criativa, para criação de performances artísticas. Todos podem vim dançar o frevo não tem idade nem época. Desde de uma criança de três anos de idade ao senhor de oitenta anos cada pessoa dança frevo de um jeito. Porque o importante é encontrar uma forma de expressar a cultura, do que executar o movimento de forma perfeita. Pois o próprio corpo tem um encontro com a dança. O frevo vai além do exercício físico comum, corrente e repetitivo, ele associar a criatividade e ação física ao mesmo tempo”.
O professor Bastos, comentar que "Não é fácil quebrar essa mentalidade que o frevo possa ser muito além do que aquilo que é mostrado no carnaval possa ser instrumentos para muitas outras possibilidades. Que a buscar do frevo não fique restrita, que saia dos quatros quantos de carnaval. Assim possamos trazer para o cotidiano”.
Espaços que podemos encontrar a história do Frevo
Uma boa parte da história do Frevo está contido nesses espaços que divulgam a formação cultural do povo pernambucano.
⦁ Paço do Frevo: localizado na Praça do Arsenal da Marinha, s/n, Bairro do Recife. Horário de funcionamento: terças a sextas, das 9h às 17h; sábados e domingos, das 14h às 18h; fechado às segundas. Entrada: R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia). Gratuito às terças-feiras. Telefone: (81) 3355-9500 site: ⦁ www.pacodofrevo.org.br
⦁ A Casa do Carnaval: localizada no Pátio de São Pedro, Casa 38, Bairro de São José, Recife. Horário de funcionamento: de segunda à sexta-feira, 9h30 às 16h30 Telefone: 3355-4311 / 3302/ 3303
⦁ O Museu do Homem do Nordeste: localizada na Avenida 17 de Agosto, 2187, Bairro de Casa Forte, Recife. Visitação Museu e Lojinha: de terça a sexta, das 8:30 às 17; sábado, domingo e feriado, das 13 às 17. (Fechado na segunda) Preços entrada Museu: 4,00 a inteira e 2,00 meia-entrada Gratuidade para menores de 12 anos, professores e estudantes de escolas públicas. Entrada franca para todos no 3º. domingo do mês. Agendamento: (81) 3073-6333 ou pelo e-mail: educativo.museudohomem@fundaj.gov.br
⦁ A Fundação Joaquim Nabuco: localizado Rua Henrique Dias, 609 Bairro do Derby, Recife – Funcionamento: 2ª a 6ª feira - 8 às 12h e 14 às 18h Contatos (81) 3073-6662
⦁ O Museu da Cidade do Recife: Praça das Cinco Pontas, Bairro - São José, Recife. Funcionamento: 3ª a 6ª feira - 8 às 18h Telefone:(81) 3355-3106.
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