terça-feira, 24 de maio de 2016

"O FREVO É UMA DANÇA DA MASSA POPULAR PERNAMBUCANA" - Por Camila Mota





Entrevista com o professor de Frevo: Bhrunno Henryque

Bhrunno Henryque nasceu na cidade do Recife, é natural de Pernambuco, formado em professor de Educação Física na Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Bhrunno é passista de Frevo, como passista ganhou muitos títulos como melhor dançarino na peça de Teatro Procissão dos Farrapos. Viajou vários estados do Brasil até pra fora do país em apresentações de Frevo como passistas. No concurso melhores passistas de Pernambuco foi tricampeão em Recife e bicampeão em Olinda. Atualmente é professor de dança, na Escola de Frevo Maestro Fernando Borges, desde 2010 até atualidade. Ele também é um dos orientadores da Quadrilha Junina Tradição. 


Nesta entrevista Bhrunno, nos conta sobre sua admiração pelo frevo “A dança do Frevo é muito importante, porque é uma dança que é nossa, do nosso Estado. Em 2012, o frevo foi reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Porém nós pernambucanos ainda deixamos um pouco a desejar. Porque o frevo é visto como uma época carnavalesca que é engavetada. Então só desengavetamos para brincar Carnaval que comemoramos de janeiro até março e depois engavetamos novamente e vamos curtir o ciclo junino escutando outros ritmos. Somos muito fortes em Cultura, porém nos deixamos a desejar por escutar frevo só na época de Carnaval. Quando na verdade o Frevo é uma dança da massa popular pernambucana. É algo que fez parte da história do Brasil, da história da cidade do Recife. É uma vergonha para nós pernambucanos não conhecer tão a fundo não só a nossa dança, não só a nossa música, mas em se algo que é nosso, que vivenciamos aqui. Nossa Cultura!"
"Eu admiro o frevo em se e acredito que o frevo é um estado de espírito. Quando eu escuto o frevo de rua, eu me empolgo completamente. Já quando eu escuto o frevo de Orquestra Sinfônica eu me sinto no estado de espírito mais de prazer, podemos até dizer de melancolia vária muito. Como bailarino, como passista de frevo nós dançamos de acordo com a música está pedindo. Então independente da movimentação que a carruagem esteja andando, é um estado de espírito diferente, porém sempre levando o sorriso no rosto" destaca Bhrunno.
"Ele faz parte da minha vida eu não me vejo sem o Frevo.  E razão de que ele me proporcionou várias coisas como bailarino de frevo viajei e conheci vários estados do Brasil e conheci vários países. Já ganhei vários títulos em concursos de passista de frevo. Porém como eu tenho muitos alunos, eu deixei de participar dos concursos e me dediquei para ensiná-los. Me sentir no dever de estimular os meus alunos. Como eu já fui campeão o meu trabalho agora enquanto professor, e assim me realizo nos meus alunos, e quando um deles ganham e me mostram a medalha ou o troféu do concurso, o prazer vêm dobrado".
"Fora do país os turistas se encantam com a dança do Frevo, com o balanço e beleza da sobrinha,  que é a extensão do corpo do passista. Eles têm a sensação de leveza na dança. Mas fazemos uma movimentação bem pesada, em razão de trabalharmos muito a massa corporal. Os turistas ficam admirados ao ver tantas acrobacias com a sobrinha de frevo e não demostrarmos nenhum esforço, porque fazemos tudo sorrindo".
"Precisamos viver o Frevo de janeiro a janeiro! Porque é algo que nosso, faz parte da nossa cultura. Eu fico muito triste quando o povo se engrandece com as coisas de fora. Não que não mereça. Mas se possuímos uma cultura tão rica, por que não valorizarmos? Se temos uma dança tão rica, que virou o Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, merecemos dar o valor necessário a ela ”.
Viva o Frevo!!!



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